Pregue, e se for preciso, use palavras. (Agostinho)

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

A missão de Jesus continua...Mas não de qualquer Jeito.


Recentemente, a Missão Antioquia celebrou o seu 30º aniversário, com o tema “A missão continua”. Registro, nesta coluna, meus parabéns à Missão por ter promovido um evento modelo para todos nós que trabalhamos com missões. Foram sete dias em que os líderes e os missionários analisaram seu passado e planejaram seu futuro próximo baseados em considerações bíblicas e práticas. Para eles, a missão de Jesus tem de continuar, mas não de qualquer jeito.
Minha parte durante a semana foi ministrar estudos diários sobre a “Obra e a Palavra de Jesus”. Descobri a força da oração de Jesus em João 17, quando Ele disse que havia concluído a obra de Deus (v. 4) e, depois, envia os discípulos para que a obra continue (v 18).
Por cerca de três anos, Jesus amou e ensinou seus discípulos sobre a essência da vida eterna por meio do conhecimento do “único Deus verdadeiro, e de Jesus Cristo” (v. 2,3). Momentos antes da oração de João 17, Jesus tinha explicado que a Páscoa dos judeus era realmente sobre Ele e não a apenas uma memória da libertação do Egito. O Cordeiro é Ele e o sangue aspergido nos umbrais das portas, no Egito, apontava para o seu próprio sangue, derramado na cruz. O pão não se refere apenas àquele pão feito às pressas e sem fermento no dia do Êxodo, mas também ao seu corpo sem defeito ou pecado (Lc 22.19,20). Jesus explicou para Nicodemos, em João 3.15-18,36, que quem crê nele nasce de novo, não perece, tem a vida eterna.
Infeliz foi o dia em que as igrejas perderam essa verdade e pararam de falar sobre ela. Temos aceitado as críticas da teologia da libertação e dos marxistas que acusaram os cristãos de pacificar seus trabalhadores com promessas de eternidade. A salvação eterna, o gozo e o amor de Deus são a nossa herança em Cristo (v. 13,24,26).
Outro aspecto importante no envio dos discípulos era levar a Palavra de Deus, que é a verdade (v. 6,8,14,17-20). Na Grande Comissão, isso fica bem claro: “Fazei discípulos [...], ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mt 28.19,20). A Bíblia é transcultural e deve ser ensinada e obedecida entre todos os povos, línguas e nações.
Enviados com essa Palavra, os discípulos estarão no mundo, mas não serão do mundo, antes, pertencerão a Deus. O uso da palavra “mundo” na Bíblia pode, em muitos lugares, ser substituído por “cultura”. Para a missão continuar, os discípulos deveriam estar inseridos nas culturas, mas sem estar presos a elas. Temos de estar com as pessoas e amá-las, mostrando diferença em Jesus, por meio das palavras e ações, para atraí-las a Cristo. Para isso, o amor e a unidade são essenciais entre os irmãos, além da demonstração do amor e da unidade de Deus (v. 11,21-26).
Em último lugar, os discípulos tinham de continuar com o mesmo propósito de Jesus na missão: a glória de Deus, o que deveria prosseguir por meio dos discípulos (v. 10,21-24). Jesus é glorificado em sua morte e ressurreição, e glorifica o Pai (v. 1,4,5). A presença da glória de Deus é a lâmpada que ilumina a nossa vida e as igrejas, para que outras pessoas cheguem a Jesus. E deve ser o principal motivo da nossa vida e missão. As nossas obras e palavras são para a glória de Deus e não para a nossa própria glória!
Jesus orava pelos discípulos amados, aqueles por quem tinha investido a vida e por quem iria morrer. Orava também por nós e por todos os que viriam depois de nós (v. 20), para que tivéssemos a certeza de vida eterna, compromisso com Ele — não com este mundo — e objetivo de glorificá-lo acima de tudo.
Uma vida de obediência à Palavra, na presença de Deus, em unidade e em amor vão fazer que a missão continue do jeito certo.
Texto por Barbara Helen Burns
Dra. Bárbara Burnsé doutora em
Missiologia(D. Miss) pela Trinity
Evangelical Divinity School,
Coordenadora Acadêmicada
Escola de Missões JUVEP, conferencista
e professora em diversas
escolas e seminários do Brasil.

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